INTRODUÇÃO

Considerando a complexidade do mudo contemporâneo é aceitável a compreensão de que o arsenal tecnológico à disposição do tratamento em saúde seja cada vez mais sofisticado. Nesse universo, cabe ao Cuidado Intensivo a responsabilidade de usar e saber explicar tais recursos na busca da sobrevida e melhoria da qualidade de vida. Nesse ponto, confere-se como atribuição do Cuidado Intensivo o monitoramento e tratamento intenso, de forma que busque a recuperação do paciente crítico e lhe devolva à sociedade em condições de desenvolver suas funções habituais. Submersa nesse contexto, encontra-se o enfermeiro, responsável pelo monitoramento desses pacientes e co-participante dos resultados terapêuticos. Portanto, diante da necessidade de instituição de métodos/procedimentos terapêuticos à aquisição da estabilidade orgânica, algumas complicações podem surgir. É nesse momento que cabe ao enfermeiro, a compreensão da instalação dessas complicações e a instituição precoce de cuidados que visem minimizá-las, através dos Diagnósticos de Enfermagem (DE).

Intubação Traqueal: Risco de Infecção


Um risco importante que surge desde o emprego da VA artificial, sua manutenção e o uso da VM é o de infecção. Os pacientes submetidos à VM estão mais expostos à contaminações, pois perdem a barreia de defesa devido à introdução do tubo traqueal e são constantemente manipulados com o objetivo de remover as secreções que não são expelidas e, durante esses procedimentos, pode haver quebra da técnica asséptica (KNOBEL, 2006a; MORTON et al., 2007). Assim, institui-se o DE: Risco para Infecção, relacionado ao local de invasão do organismo, secundário a intubação endotraqueal. Esse definido como “estado em que o indivíduo está em risco de ser invadido por agentes oportunistas ou patogênicos (vírus, fungo, bactéria, protozoário ou outros parasitas) de fontes endógenas ou exógenas” (CARPENITO-MOYET, 2008, p.467).
O tubo endotraqueal impede o funcionamento do mecanismo ciliar e ação do muco como formas protetoras à infecção. Guyton; Hall (1998) explicam que as vias respiratórias são revestidas por uma camada de muco que as mantém umedecidas e também retém pequenas partículas inspiradas, impedindo que elas cheguem aos alvéolos. O movimento de chicotada dos cílios, que estão localizados na cavidade nasal e nas VA inferiores, faz com o muco se desloque, em direção da orofaringe, limpando, continuamente, essas vias de muco e de partículas. Quando esses chegam à faringe são deglutidos ou expelidos. Com o tubo esse mecanismo fica impedido, pois os cílios não conseguem expelir o muco e as partículas, acarretando em estase de secreções e propensão à infecção.
Em todas as fases do procedimento de intubação existe o risco de broncoaspiração que gera grandes chances do paciente desenvolver uma pneumonia hospitalar (KNOBEL, 2006a).
Somente o fato do paciente estar com uma VA artificial bem como, sob VM, as chances de desenvolver a pneumonia aumenta dez vezes. Sabendo disso, o enfermeiro deve estar atento aos sinais de infecção tais como: febre maior que 38ºC, leucocitose, tosse ou escarro purulento de início recente e agravamento da troca gasosa. O exame radiológico do tórax pode evidenciar novos infiltrados, progressivos e persistentes, levando a equipe a suspeitar de uma pneumonia associada à ventilação (PAV) (KNOBEL, 2006a; MORTON et al., 2007).
Assim, institui-se o DE: "Risco para Infecção, relacionado ao local de invasão do organismo, secundário a intubação endotraqueal". Esse definido como “estado em que o indivíduo está em risco de ser invadido por agentes oportunistas ou patogênicos (vírus, fungo, bactéria, protozoário ou outros parasitas) de fontes endógenas ou exógenas” (CARPENITO-MOYET, 2008, p.467).
Entendendo essa definição, o enfemeiro deve empregar procedimentos tendo como meta que o indivíduo não apresente infecção ou que o individuo deverá ter a chance de infecção diminuída. Que consistem em evitar a colonização da orofaringe e do trato gastrointestinal por patógenos (CARPENITO-MOYET, 2008, p.467). Veja o quadro das intervenções abaixo:

 
Fluxo demonstrativo da lógica do Diagnóstico de Enfermagem

Descrição dos Procedimentos