O tubo inserido em contato com a mucosa traqueal necessita permanecer insuflado, pelos motivos já abordados. Todavia, o excesso de pressão do cuff sobre a mucosa da parede traqueal pode provocar complicações como a isquemia traqueal e posteriormente, estenose traqueal. A pressão do cuff deve ser conservada em torno de 20 a 25 mmHg, a qual situa-se abaixo da pressão da microcirculação da traquéia (25 a 30 mmHg), para que não ocorra processo isquêmico e após processo inflamatório, os quais comprometem a boa circulação local (MORTON et al., 2007; BARBOSA; SANTOS, 2003).
O cuff com uma pressão acima da microcirculação, apresenta chances de complicações como dilatação da traquéia, inflamação da mucosa, ulceração dos anéis cartilaginosos, infecção e destruição da parede traqueal, dentre outras (BARBOSA; SANTOS, 2003).
Sabendo dessas possíveis alterações, o enfermeiro julga como indispensável o DE: "Risco para Integralidade Tissular (Traqueal) Prejudicada, relacionado aos efeitos de irritantes mecânicos ou pressão, secundário ao tubo endotraqueal". Esse, por sua vez, é definido como “estado que o indivíduo está em risco de apresentar alteração em tecidos da membrana tegumentar, da córnea ou da mucosa” (CARPENITO-MOYET, 2008, p.407). Entendendo essa definição, o enfermeiro deve empregar intervenções tendo como meta que “o indivíduo apresente a integridade da mucosa traqueal”. Veja o quadro a seguir:
No momento da intubação bem com após, com a permanência do tubo na cavidade oral, há o risco de lesão da mucosa oral, assim, gerando o DE: "Risco para Mucosa Oral Prejudicada, relacionado à irritação mecânica, secundária à intubação endotraqueal"; que é definido como “estado em que o indivíduo apresenta, ou está em risco de apresentar, lesões na cavidade oral” e tal DE, tem como meta que o “indivíduo deverá apresentar mucosa oral íntegra” (CARPENITO-MOYET, 2008, p. 410).
Essas lesões podem ser: trauma da arcada dentária, tecidos moles e boca. Para que estes não ocorram depende da técnica de intubação aplicada, da habilidade do profissional, bem como das condições clínicas do paciente. Neste sentido, não há como o enfermeiro impedir ou atuar de forma à evitar sua instalação, uma vez que não compete a ele tal técnica. Já as complicações tardias são desencadeadas pelo efeito irritante e/ou por pressão do tubo na cavidade oral, causados pela pressão sobre a mucosa, que pode ocasionar pontos isquêmicos ou laceração. Sob essas o enfermeiro pode atuar a fim de minimizar esses agravos. Através de tal DE, o enfermeiro instituirá algumas intervenções. Veja o quadro abaixo:
Fluxo demonstrativo da lógica do Diagnóstico de Enfermagem