INTRODUÇÃO

Considerando a complexidade do mudo contemporâneo é aceitável a compreensão de que o arsenal tecnológico à disposição do tratamento em saúde seja cada vez mais sofisticado. Nesse universo, cabe ao Cuidado Intensivo a responsabilidade de usar e saber explicar tais recursos na busca da sobrevida e melhoria da qualidade de vida. Nesse ponto, confere-se como atribuição do Cuidado Intensivo o monitoramento e tratamento intenso, de forma que busque a recuperação do paciente crítico e lhe devolva à sociedade em condições de desenvolver suas funções habituais. Submersa nesse contexto, encontra-se o enfermeiro, responsável pelo monitoramento desses pacientes e co-participante dos resultados terapêuticos. Portanto, diante da necessidade de instituição de métodos/procedimentos terapêuticos à aquisição da estabilidade orgânica, algumas complicações podem surgir. É nesse momento que cabe ao enfermeiro, a compreensão da instalação dessas complicações e a instituição precoce de cuidados que visem minimizá-las, através dos Diagnósticos de Enfermagem (DE).

Sondagem Vesical de Demora: Risco para Infecção e Risco para Integridade Tissular


            A presença do cateter na uretra remove os mecanismos de defesa do paciente, pois os esfíncteres permanecem abertos, assim facilitando a ascensão bacteriana para a bexiga (BORK, 2005). 
          As ITUs comumente são causadas por microrganismos encontrados no trato gastrointestinais, os mais comuns são Escherichia coli, Klebsiella e Proteus (CRAVEN; HIRNLE, 2006; KNOBEL 2006b; BORK, 2005). Com esse entendimento, podemos também associar o uso de fraldas como um importante elemento para a instalação da ITU, pois é um ambiente úmido, fechado e quente, o que favorece a colonização bacteriana. E, aliado a defecação pode infectar o meato urinário e assim favorecer a ascensão dos microrganismos à bexiga e a instalação de ITU; somando-se ainda a possibilidade de má higienização do cateter que pré-dispõe a colonização do mesmo e a ascensão microbiana.

           Surge então o DE: "Risco para Infecção relacionado ao local de invasão do organismo, secundário a presença de vias invasivas: sonda vesical de demora", esse definido como “estado em que o indivíduo está em risco de ser invadido por agente oportunista ou patogênico de fontes endógenas ou exógenas” (CARPENITO-MOYET, 2008, p.467).

          Tendo esse conhecimento, cabe ao enfermeiro instituir intervenções tendo como meta o “indivíduo não deverá apresentar infecção” ou o “individuo deverá ter a chance de infecção diminuída” (CARPENITO-MOYET, 2008, p.467).


            O enfermeiro também deve estar atento as potenciais complicações como traumatismo de uretra no momento da introdução do cateter e lesão pelo peso do balonete. No momento da introdução para prevenir o traumatismo o enfermeiro não deve forçar a passagem da sonda. Quando sentir resistência, insuflar o balonete somente após introduzir o cateter por mais 2,5 a 5 cm depois do refluxo de urina (KNOBEL, 2006; BORK. 2005; POTTER; PERRY, 2005).
            O balonete pode causar lesão, uma vez, que o balonete é insuflado com água destilada o que gera pressão sobre a microcirculação e pode acarretar isquemia, comprometendo a nutrição e integridade local (KNOBEL, 2006; BORK. 2005).
            Essas complicações geram o DE: "Risco Integridade Tissular Prejudicada, relacionada aos efeitos irritantes mecânicos ou pressão, secundário a sonda urinária" . Esse sendo definido como “estado em que o indivíduo apresenta, ou está em risco de apresentar, alteração em tecidos da membrana tegumentar, da córnea ou da mucosa”. O enfermeiro frente a esse diagnóstico tem como meta que o “indivíduo deverá apresentar integridade tissular uretral” (CARPENITO-MOYET, 2008, p. 407).





Para melhor compreensão veja o fluxograma da lógica do DE:


 

 

Descrição dos Procedimentos