INTRODUÇÃO

Considerando a complexidade do mudo contemporâneo é aceitável a compreensão de que o arsenal tecnológico à disposição do tratamento em saúde seja cada vez mais sofisticado. Nesse universo, cabe ao Cuidado Intensivo a responsabilidade de usar e saber explicar tais recursos na busca da sobrevida e melhoria da qualidade de vida. Nesse ponto, confere-se como atribuição do Cuidado Intensivo o monitoramento e tratamento intenso, de forma que busque a recuperação do paciente crítico e lhe devolva à sociedade em condições de desenvolver suas funções habituais. Submersa nesse contexto, encontra-se o enfermeiro, responsável pelo monitoramento desses pacientes e co-participante dos resultados terapêuticos. Portanto, diante da necessidade de instituição de métodos/procedimentos terapêuticos à aquisição da estabilidade orgânica, algumas complicações podem surgir. É nesse momento que cabe ao enfermeiro, a compreensão da instalação dessas complicações e a instituição precoce de cuidados que visem minimizá-las, através dos Diagnósticos de Enfermagem (DE).

Sondagem Vesical de Demora ou Cateterismo Vesical de Demora


           É a introdução de um cateter/sonda sob técnica asséptica até a bexiga através da uretra, cuja finalidade é esvaziar a bexiga (CRAVEN; HIRNLE, 2006; KNOBEL, 2006b; MAYOR; MENDES; OLIVEIRA, 2003).


             A sondagem vesical de demora (SVD) está indicada para: monitoramento do débito urinário e investigação urodinâmica ou diagnóstica, drenagem de urina pré, trans e pós-operatório, irrigação terapêutica da bexiga, administração de terapia citotóxica, pacientes com problemas neurológicos, lesões medulares ou bexiga neurogênica. O emprego de SVD em pacientes com incontinência crônica está indicado somente quando apresentam úlceras de pele ou piora pela incontinência; cuidados paliativos em pacientes terminais ou gravemente incontinentes, para os quais as trocas de roupa de cama são frequentes e desconfortáveis e, pacientes que não respondem a tratamentos específicos para incontinência (CRAVEN; HIRNLE, 2006; BORK, 2005; RZEZNIK,et al., 2004; MAYOR; MENDES; OLIVEIRA, 2003).

             Bork (2005) e Knobel (2006b) destacam que as sondas vesicais são excessivamente utilizadas nos hospitais, cerca de 15 a 25% dos pacientes utilizaram temporariamente a cateterização vesical, apesar das indicações precisas e da reconhecida probabilidade de ocorrência de infecção do trato urinário. Para instituir a SVD, sua indicação deve ser bem definida e utilizada somente quando necessário e sua manutenção deve ser avaliada diariamente.

             Cerca 35 a 45% de todas as infecções adquiridas no hospital são ITU, sendo uma das causas mais comum de infecção nosocomial. A infecção do trato urinário relacionada ao uso do cateter vesical (ITUc) é associada com um aumento da mortalidade dos pacientes hospitalizados e em pacientes cirúrgicos está relacionado com o aumento no tempo de internação (2,4 dias) e custos hospitalares (U$ 558 por paciente) (KNOBEL, 2006b; BORK, 2005).

             A gravidade do quadro clínico dos pacientes e das doenças, associada ao excessivo uso de procedimentos invasivos, como a cateterização, está relacionada a maiores taxas de infecção urinária em UTI e em pacientes hospitalizados em geral (BORK, 2005). Tendo esse conhecimento o enfermeiro deve instituir os DE:




Descrição dos Procedimentos