INTRODUÇÃO

Considerando a complexidade do mudo contemporâneo é aceitável a compreensão de que o arsenal tecnológico à disposição do tratamento em saúde seja cada vez mais sofisticado. Nesse universo, cabe ao Cuidado Intensivo a responsabilidade de usar e saber explicar tais recursos na busca da sobrevida e melhoria da qualidade de vida. Nesse ponto, confere-se como atribuição do Cuidado Intensivo o monitoramento e tratamento intenso, de forma que busque a recuperação do paciente crítico e lhe devolva à sociedade em condições de desenvolver suas funções habituais. Submersa nesse contexto, encontra-se o enfermeiro, responsável pelo monitoramento desses pacientes e co-participante dos resultados terapêuticos. Portanto, diante da necessidade de instituição de métodos/procedimentos terapêuticos à aquisição da estabilidade orgânica, algumas complicações podem surgir. É nesse momento que cabe ao enfermeiro, a compreensão da instalação dessas complicações e a instituição precoce de cuidados que visem minimizá-las, através dos Diagnósticos de Enfermagem (DE).

Sedação e Bloqueio Neuromuscular

A sedação consiste na depressão da consciência induzida por medicamento durante a qual o paciente não pode ser despertado facilmente, reduzindo a interação consciente do paciente com o tratamento que recebe diminui a ansiedade e torna o tratamento menos estressante em relação às condutas agressivas adotadas pelo tratamento intensivo. Ao ser administrados agentes farmacológicos de sedação por infusão contínua, é importante monitorar a resposta de cada paciente para atender as necessidades de cada um (MORTON et al., 2007, SMELTZER; BARE, 2002).
O uso de sedativos faz-se necessário quando existe o emprego de ventilação mecânica e a necessidade da redução do metabolismo celular, sobretudo o encefálico. A administração de barbitúricos melhora a oxigenação, diminuindo as demandas metabólicas pela ausência de movimentos voluntários. O trabalho de respiração espontânea ou em competição à ventilação mecânica, compromete a estabilidade ventilatória e hemodinâmica podendo ser utilizados bloqueadores neuromusculares, os quais maximizam a oxigenação e evitam a ruptura alveolar causada por pressão ventilatória alta (MORTON et al., 2007, SMELTZER; BARE, 2002).
Os bloqueadores neuromusculares inibem a placa mioneural impedindo a contração dos músculos estriado esquelético. São utilizados para facilitar a adaptação à ventilação mecânica, controle de pressão intracraniana, relaxamento dos músculos para procedimentos invasivos e abolição de espasmos musculares (SCHETTINO et al., 2006; POTTER; PERRY, 2004; COUTO et al., 2005).
Os sedativos e bloqueadores neuromusculares afetam no funcionamento neurológico, reduzindo o mesmo, causando a diminuição da mobilidade e percepção sensorial, aumentando o risco de desenvolvimento de alterações fisiológicas (POTTER; PERRY, 2004; COUTO et al., 2005; SCHETTINO et al., 2006).


Veja os provavéis DE decorrentes da Sedação e Bloqueio Neuromuscular ao acessar os links abaixo para ter acesso a lógica dos DE, bem como das intervenções de enfermagem.

.:. Risco para Integridade Tissular corneana prejudicada relacionado à imobilidade imposta, secundário à sedação
.:. Risco para Integridade da pele prejudicada relacionado à sedação


Descrição dos Procedimentos